segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sobre Storyboard com Renato Lima

Renato Lima e a Turma de Audiovisual para Educadores

Dia 13 de agosto, Renato Lima foi meu convidado para a aula com as turmas de Audiovisual para Educadores e Videoclipe para YouTube. Formado em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atua, entre outras coisas, como professor do SENAC e tem uma vasta experiência com storyboard - especialmente na área de publicidade. E foi justamente por isso que o convidei: achei que seria primordial para a turma conhecer e saber sobre o universo da pré-produção de um audiovisual, especialmente sobre storyboard.

“O storyboard é como um guia de filmagem. Mesmo havendo um personagem, tem que haver também um pensamento por trás disso, para que se possa pré-visualizar a coisa.”

Assim, Renato Lima iniciou a aula; o que deixou a turma bastante curiosa: "Que pensamento é esse?" "Como pré-visualizar?" E, partindo desse ponto, Renato deu os conceitos básicos de storyboard e shooting board, mostrando suas funções e diferenças; ou seja, como e para que usar cada um, explicando alguns pontos sobre a atuação do profissional dessa área e destacando que quem faz um storyboard deve “colocar no papel a visão do diretor, e não a sua.

Explicações feitas, questões levantadas e dúvidas sendo tiradas, Renato “tirou da cartola” para a turma vários storyboards de campanhas publicitárias feitos por ele, muitas delas ainda veiculadas na mídia; e, até mesmo, alguns rascunhados pelos diretores com os quais ele trabalhou.

Turma de Videoclipe para YouTube vendo os trabalhos de Renato Lima.

Essa metodologia foi bem prática e tornou as aulas bem mais interessantes, pois, à medida que ele ia apresentando cada trabalho seu – falando de sua experiência em cada um e de todo o processo de criação e o que cada detalhe desenhado no storyboard representava -, paralelamente, eu ia pesquisando na web o making of e o resultado final de algumas campanhas para podermos visualizar e comparar com o storyboard ali em nossas mãos, enquanto o próprio Renato ia complementando com algumas observações.


Alguns storyboards de Renato Lima e um rascunho de um dos diretores
que trabalham com ele.


Confira alguns vídeos vistos:


Faculdade CCAA (com Thiago Lacerda)




Faculdade CCAA - Making Of


Atenção para o detalhe do diretor Bruno Murtinho e o assistente Bruno Duarte com o Storyboard de Renato Lima nas mãos.



Campanha da Oi - Tudo em família: iPad com 3G





Comercial Assim Saúde (Cissa Guimarães)




Comercial Assim Saúde - Making of






Campanha Dia dos Namorados 2011 Shopping Vitória


Este, com direção de Felipe Joffily (dos filmes Ódiquê e Muita calma nessa hora).
Abaixo, parte do storyboard da campanha.


Renato ainda explicou para a turma os tipos de planos (plano aberto, plano americano, plano médio, plano detalhe, plano e contra plano) e a simbologia das setas desenhadas em um storyboard - como no terceiro quadro da imagem acima, ou seja, o movimento da câmera na filmagem (zoom in, zoom out, travelling...).

Para finalizar a aula, Renato ainda falou sobre Animatic, que seria um tipo de storyboard animado, uma animação rápida (por assim dizer, “mal feita”), que serve, basicamente, para fazer pesquisas com o público, em um processo pré-filmagem. Nós vimos alguns exemplos:


Vídeo - Animatic Meu Canário (Mariza Monte)


Aqui podemos ver as típica "setas" de um storyboard.


Bem, acho que o que de melhor fica dessa experiência com Renato Lima, é não esquecer que esse cara que palestrou para as turmas e hoje anda nesse meio - ganhou 5 HQ MIXs, é amigo de alguns diretores etc e tal -, mas começou vendendo doce, numa esquina em Guadalupe. É aquele papo que sempre falamos sobre bagagem: por mais que esses diretores tenham estudado e/ou trabalhado "lá fora", segundo o próprio Renato, "sempre pude acrescentar algo aos filmes, por conta de todas as noites que passei vendo gibis, livros e vídeos."
E, certamente, foi a partir da valorização de sua vivência que ele se tornou o excelente profissional que é hoje. Valeu pela força Renato!

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domingo, 7 de agosto de 2011

Alex Araújo e suas "3 Américas" apresentadas à turma de Audiovisual para Educadores

No dia 18/06, a turma de Audiovisual para Educadores assistiu 3 Américas e conheceu o cineasta Alex Araújo, seu realizador.

Feitas as apresentações, a primeira parte da aula foi teórica. Alex fez questão de conduzir a aula comigo, que, dentre outros temas, abordou principalmente as diferenças entre D. W. Griffith e Serguei M. Eisenstein, usando algumas passagens do documentário The Cutting Edge - The Magic of Movie Editing (2004) para ilustrar.

Partimos, então, para a sessão de cinema. Antes, Alex fez uma introdução sobre o que estava por vir - 3 Américas (2007) é um documentário de Alex Araújo feito quando ele ainda estudava cinema na Universidade Estácio de Sá (RJ). O documentário se passa ao longo de uma Avenida (Avenida das Américas - Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro) e aborda as suas particularidades e desigualdades, criando uma analogia entre esta e o nosso Continente.


Terminada a sessão, Alex foi todo ouvidos para a turma. A discussão foi bastante produtiva, pois, além de surgirem os temas técnicos, surgiram os temas de análise crítica da obra, ou seja, pudemos discutir a obra como um todo. Pode-se dizer que o documentário foi esmiuçado: ficou possível começar a ter uma ideia mais próxima do real de como é feito um documentário, desde sua idealização, passando pelas pesquisas e dificuldades, bastidores do set de filmagem, problemáticas em relação à trilha sonora, pedido e autorização de direitos autorais até chegar ao produto final.


Durante a discussão, através das dúvidas e falas dos alunos, pude perceber o amadurecimento deles em relação aos conteúdos dados até então, sendo possível avaliar alguns conhecimentos já adquiridos pela turma, de um modo geral. Além disso, foi bastante produtivo o resultado no que diz respeito à análise critica do documentário; foram feitas abordagens tanto em relação aos personagens, especificamente, como em relação à temática, tais como diferenças e dificuldades sociais, capitalismo, colonização das Américas e do Brasil, a importância que pode vir a ter o registro de um território e sua história e, especialmente, o que a experiência de fazer esse documentário significou para o Alex. Segundo o próprio Alex, sobre 3 Américas:

"A gente acha que vai encontrar respostas, mas você sai com mais perguntas! Você não passa por uma experiência dessas sem se transformar."

E é essa sensação, essa ideia, que eu quero que fique em meus alunos: que eles, nas infindas tentativas de transformar, se transformem também.


Segue abaixo, 3 Américas


Filipe Codeço e o Projeto Cérbero - Resignificação na montagem de um videoclipe


No dia 21/05, resolvi levar Filipe Codeço, um amigo e colega de turma da minha época de estudante da Darcy Ribeiro, para fazer uma visita à turma de Videoclipe para YouTube.

O objetivo desta aula, dentro do conteúdo de Montagem, era desenvolver na turma a capacidade de análise crítica de imagens em vídeo. Filipe Codeço veio, com sua experiência (teatral, literária, docente e audiovisual), contribuir com a turma em diversos aspectos, mas, principalmente, veio para que, dentro deste universo, também a ação/dramaturgia fosse valorizada; introduzindo um raciocínio lógico, necessário para a resignificação do material bruto, na finalização de videoclipes.



Para isso, foi feita a apresentação e análise de um curta metragem do Projeto Cérbero, avaliando e comentando as dificuldades em seu set de filmagem e seu processo de decupagem. Em seguida, fizemos um debate com Filipe Codeço (realizador do projeto), discutindo, principalmente, sobre os processos de criação, o trabalho da edição como forma de roteiro dentro dos filmes do projeto e a improvisação dentro da atuação.

Filipe Codeço caiu como uma luva para o que eu estava querendo fomentar na turma. Seu Projeto Cérbero nasceu em 2008, da união entre alunos do Instituto Brasileiro de Audiovisual - Escola de Cinema Darcy Ribeiro e alunos de teatro da UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Tendo como objetivo "desenvolver uma pesquisa de linguagem multimídia que abarcasse a criação de ações cênicas urbanas e o desdobramento delas em vídeos experimentais." Filipe, com suas três câmeras ao mesmo tempo, nos leva do real para o virtual e explica, através da mitologia grega, o nome do projeto: "Cérbero é o cão de três cabeças que protege a porta do Hades - o mundo dos mortos. Suas três cabeças simbolizam as três câmeras com que filmamos as ações cênicas urbanas. Elas fazem com que essas ações “escapem” à sua finita duração no espaço-tempo. E, após o processo de montagem, em que se recria essa ação, elas revivem no mundo virtual “dos mortos”; ou seja, como obra áudio-visual."

Após o debate, partimos para a ilha de edição, para rever e resignificar o material editado do curta metragem, por a fim de que, com essa resignificação, fizéssemos a montagem de um videoclipe de 30 segundos.


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Projeto Cérbero no YouTube


Confira o primeiro vídeo do Projeto Cérbero:
CÉRBERO #00 - A inconcebível vontade de olhar para o chão

domingo, 31 de julho de 2011

Duka Souto: noções de áudio na produção de vídeos


Agora o assunto é SOM! No dia 04/06, o convidado Duka Souto foi o segundo a visitar a turma de Audiovisual para Educadores. Só mesmo ele poderia passar para a turma o que eu imaginava, de maneira tão ágil e agradável.


Duka Souto, com sua originalidade e simpatia, conseguiu unir teoria e prática e, com isso, foi possível colocar toda a turma com a "mão na massa": os alunos puderam manusear diferentes tipos de câmeras e microfones e descobrir, na prática, o que pode dar certo ou não; ou, melhor dizendo, o que é viável ou não!



Todos começaram a entender um pouquinho mais, através de técnicas apresentadas, comentadas e demonstradas pelo Duka, sobre a importância do som e o que é preciso fazer para que se atinja a qualidade deste processo no audiovisual. Além disso, a partir de questionamentos dos próprios alunos, foram tiradas dúvidas sobre, por exemplo, como funciona um set de filmagem, as diferentes maneiras de captar o som em ambientes fechados e abertos, os tipos de microfones utilizados em cada espaço de filmagem, entre outros.




Após a teoria, na segunda parte da aula, cada um dos alunos teve contato direto com os equipamentos - não só visualizando-os, mas praticando com eles sob orientações minhas e do Duka - e essa prática (ainda que não tão prolongada), acredito ter sido bem marcante para eles, pois foi possível perceber que esta aula foi realmente importante para a turma, que pareceu ter saído, neste dia, mais confiante e direcionada.


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Blog do Duka Souto: MeuZ-Eus IN-Verso

"Você Pode" - Toni Carlos, primeira visita na turma de Audiovisual para Educadores

O celular já pode ser considerado uma extensão do corpo. Quase ninguém, hoje em dia, se vê sem um celular. Inúmeras funções e aplicativos estão reunidos nesses aparelhos. Ter um celular hoje não é, apenas, ter um telefone móvel; é ter GPS, Internet, televisão, rádio, "e-book", "pen-drive", "games", câmera digital... Enfim, com um celular, você pode tudo! Você pode até fazer um filme!

Você Pode (2009) é um documentário feito com a câmera de um celular. Um curta metragem de 18 minutos, com roteiro de Toni Carlos Dias e direção de Toni Carlos Dias e Kátia Lacerda. E foi exibido para a turma de Audiovisual para Educadores, no dia 25/05.

Para um primeiro contato real da turma com os "bastidores" de uma produção de audiovisual e incentivo, achei que seria bacana exibir este documentário e levar o próprio Tony para falar sobre sua experiencia. Não por ser meu amigo, mas, principalmente, pela proposta de seu trabalho: fazer um documentário com um celular, ou seja, mostrar que é possível produzir um bom trabalho audiovisual com poucos recursos. Além disso, Toni, embora não assuma de fato, não faz uma mera atuação, ele é muito de seu próprio personagem.

Você Pode conta a história de um "gordinho" tentando emagrecer e, ao mesmo tempo, buscando o autoconhecimento. Em meio a sua vida de "solteiro desregrada" - regada a muita cervejinha e cachorro-quente de rua -, falha diversas vezes, mas não desiste de seus objetivos. Engraçado e leve - sem deixar de nos fazer pensar por diversas vezes -, superação talvez seja a palavra-chave deste filme, dependendo do ponto de vista de quem assiste.

Após assistirmos ao documentário, ficou por conta da turma fazer as perguntas ao Toni, que abordaram tanto o universo técnico da produção (questionamentos sobre como surgiu a ideia, como foi de fato filmar com uma câmera de celular, o tempo que durou o projeto, as diferenças entre filmagens internas e externas, entre outros) quanto a vida pessoal do Toni, em relação ao curta - todos queriam saber como o Você Pode influenciou na vida dele e as consequências disso.



A visita de Toni Carlos foi bem-vinda. O resultado foi positivo para todos nós - Toni pode sentir as interpretações e curiosidades da turma (imagino que é sempre gratificante observar como o outro tenta entender nossa obra) - a turma teve seu primeiro contato real com alguém que já realizou um trabalho audiovisual, compreendendo um pouco mais esse universo, produzindo e direcionando novos olhares a respeito; e para mim, que pude sentir um pouco mais como a turma está absorvendo os conteúdos, como as aulas estão contribuindo para uma curiosidade mais técnica e, ao mesmo, tempo crítica sobre os temas abordados.


Abaixo, algumas observações da turma sobre Você Pode:

"O documentário mostrou que, independente do que você esteja passando, há sempre uma solução quando você determina que vai vencer a sua guerra interior."
Dhine Kelly

"Toni Carlos nos ajudou a organizar o pensamento e a buscar o queremos [...]. Nos ajudou a perceber o que antes não víamos."
Joselina Bastos

"A aula com Toni Carlos ajudou a ampliar o olhar sobre o curso. Nos apontou as diversas fontes para elaborar um enredo e os diferentes tipos de recursos que podem ser usados em um projeto audiovisual."
Ítalo dos Santos

"O documentário me serviu para ver uma outra utilidade para o celular. [...] É uma nova perspectiva de utilizá-lo, não só para tirar fotos, mas também para produzir vídeos."
Sheila Portela

"Foi muito interessante assistir o documentário e logo em seguida poder conversar com o próprio realizador, tirar dúvidas, desconstruir mitos...
Pude começar a entender que as coisas não são tão difíceis nem tão impossíveis quanto podem parecer. O caso é estudar sobre os temas referentes."
Érica de Campos.


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